DOM BOSCO ESCRITOR e EDITOR
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BIOGRAFIA DE LUIZ COMOLLO
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Fonte: https://missatridentinaembrasilia.org/2011/07/29/santa-morte-do-clerigo-comollo/São João Bosco Seminarista”, revista Leituras Católicas, Nº 806. Agosto de 1957. |
Na manhã do dia 25 de março, dia da Anunciação de Nossa Senhora, quando João (Bosco) se dirigia à capela, encontrou-se no corredor com Comollo que o estava esperando para lhe dizer ter chegado a hora da partida. João ficou muito surpreso, pois, no dia anterior tinham passeado juntos muito tempo e o tinha deixado em perfeita saúde. Comollo acrescentou com voz comovida: — "Sinto-me mal e o que me aterra é dever me apresentar ao grande juízo de Deus". Eu o exortei a não se querer preocupar, pois, estas coisas eram de fato sérias mas haveria tempo para se preparar. Dito isto, entramos na igreja. Comollo assistiu ainda a Santa Missa durante a qual teve um desmaio pelo que deveu ser transportado ao dormitório e ir para a cama. Naquele momento, atesta o Pe. Giacomelii, João anunciou aos colegas que Comollo morreria daquela doença. Logo que terminou a função na igreja, escreve D. Bosco na biografia do amigo, fui visitar Comollo no dormitório. Apenas me viu entre os presentes fez-me sinal para que me aproximasse e assim me falou: — "Tu me disseste que era coisa remota e que eu ainda teria tempo para me preparar; mas não é assim; estou certo de que logo vou me apresentar diante de Deus; tenho pouco tempo à minha disposição; vou te dizer claro: devemos nos separar". Eu, porém o convidava a não se inquietar e a não ficar aflito com tais ideias. — "Não me inquieto nem me aflijo; só penso que devo comparecer ante o grande e inapelável juízo e isso é que me perturba interiormente". Essas palavras muito me afligiram, por isso procurei saber sempre suas notícias e cada vez que eu o visitava ele repetia sempre a mesma expressão: — "Aproxima-se o momento de me apresentar ao juízo divino; devemos nos separar". Julgo não exagerar dizendo que no curso de sua vida me repetiu umas quinze vezes a mesma expressão. Segunda-feira ele ficou na cama ardendo em febre. Já tinha previsto que os médicos não atinariam com sua doença. Terça e quarta-feira passou-as fora da cama, sempre triste e melancólico, absorto no pensamento dos juízos divinos. A tarde de quarta-feira deitou-se de novo para não se levantar mais. No sábado à tarde fui visitá-lo. |